sexta-feira, 10 de junho de 2011

Espelho médico


Essa é uma citação de Sir Willian Osler, no livro "Medicina Centrada na Pessoa", de Moira Stewart:
"Insistiria com vocês...para que prestem mais atenção ao doente do que às características especiais da doença...Lidando, como fazemos, com a pobre e sofredora humanidade, vemos o homem sem máscaras, exposto em toda sua fragilidade e fraqueza, e vocês devem manter o coração aberto e maleável para que não menosprezem essas criaturas, seus semelhantes. A melhor maneira é manter um espelho em seu coração, e quanto mais vocês observarem suas próprias fraquezas, mas cuidadosos serão com seus semelhantes".

E é um verdade. Se quisermos conhecer as fraquezas dos nossos paciente, precisamos primeiramente descobrir onde e como estão as nossas. Mas isso não se faz ao acaso, faz-se por autocrítica. Deveríamos nos perguntar o quão forte somos para podermos ajudar os outros. Os pacientes nos chegam espantados, despidos de sua face cotidiana, sem nenhuma autoproteção, porque naquele momento são passivos e ávidos por alguém que os ajude. Esse alguém nem sempre sabe reconhecer o que lhe causa mais sofrimento, que às vezes nem é a doença em si, mas o contexto no qual a pessoa e a doença juntos estão inseridos. É dever do médico cuidar disso, e de nós, estudantes, aprender a reconhecer quando dói o corpo e também a alma. Vivenciamos experiências de vida que nos fazem ser a parte diária de um todo que compõe nossa personalidade maior, com muitos defeitos, mas com qualidades que podemos aproveitar e aperfeiçoar. Solidariedade, por exemplo. Se cada um, estudantes e médicos, tiver um momento diário dedicado ao espelho do coração, verá alguém que também padece de fraquezas e que precisa reconhecer as suas para aprender a lidar com as dos outros. Façamos isso então!

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